
Educação para o cinema turma T1
Apresentação
Nas atividades que tenho desenvolvido ao longo dos anos junto de festivais (Doclisboa, IndieJúnior) ou serviços educativos (Cinemateca Júnior, Insuflar Cinema, etc.) apercebi-me que os professores envolvidos estão muito motivados em levar os seus alunos a estes programas de cinema, mas nem sempre possuem as ferramentas para acompanhar na sua maior potencialidade os alunos nestes espaços de aprendizagem e fruição, ou mesmo dar continuidade a estas atividades nas suas próprias aulas. Da mesma forma que reconhecemos a responsabilidade que a sociedade tem de ajudar as crianças a ler e escrever - para usar e desfrutar das palavras -, devemos dar como assente a importância de ajudar as crianças e os jovens a usar, desfrutar e compreender as imagens em movimento, para serem capacitadas, não apenas tecnicamente, mas também culturalmente. (Film: 21st Century Literacy) - esta frase sintetiza bem a necessidade de construção de uma ponte sólida entre a escola e o cinema, que esta ação de formação tenta dar resposta.
Destinatários
Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.
Objetivos
Qualificar para o futuro, pessoas que farão a mudança através da promoção das seguintes competências em crianças e jovens: 1) pensamento criativo, 2) resolução de problemas, 3) pensamento crítico e 4) comunicação, através da relação entre o cinema e o público escolar. Objetivos específicos: 1) Desenvolver um ponto de vista, gerar novas formas de pensar e fazer, explorando e aprendendo com o erro. 2) Avaliar realisticamente os problemas, procurar alternativas, decidir e implementar soluções com recurso à criatividade e ao pensamento lógico; 3) Avaliar as situações de múltiplas perspetivas, dividir os problemas nas suas componentes e sistematizar o caminho para a resolução; 4) Expressar adequadamente opiniões, necessidades ou sentimentos em relação a filmes visionados.
Conteúdos
Módulo 1 (3 h) Apresentação O entusiasmo e a atenção aos filmes e à vida que há dentro deles. Forças e assuntos que nos despertam e urgem. Educação para a literacia audiovisual O uso do cinema como ferramenta pedagógica para diferentes áreas do conhecimento e a educação para a literacia audiovisual. Cruzamento de experiências, dificuldades e vontades para o desenvolvimento daquela que é a primeira abordagem ao cinema: a do espectador. Perfil do aluno/ espectador Quem são os nossos alunos-espetadores? Mostrar cinema na sala de aula objetivos: mostrar que o cinema não é apenas uma forma de entretenimento, mas sim uma forma de conhecimento; potenciar todos sentidos em relação ao mundo das imagens e dos sons; perceber que o cinema tem um método de trabalho, é uma forma de criação e possui uma linguagem específica, que pode ser falada, aprendida e praticada. Módulo 2 (3 h) O filme no seu íntimo O cinema é em si uma ferramenta poderosa de pensamento sobre o mundo. O trabalho dos professores será acima de tudo desenvolver, potenciar, alimentar um ponto de vista (apaixonado) e um sentido crítico. E ver o que sucede a esse entusiasmo. Exercícios criativos de análise e interpretação de um filme. Noções de plano, cena, sequência, take, montagem cinematográfica, etc. Narrativa e progressão Fronteira de géneros cinematográficos Módulo 3 (3 h) Casos de estudo: escolher, pensar e sentir A partir de casos de estudo concretos, discutiremos quais os principais aspetos no processo de análise de um filme: antes, durante e depois de uma sessão de cinema. Como trabalhar temas/ conceitos com os alunos, a partir do visionamento de um filme? Qual é o papel da escola para a construção de um ponto de vista sobre o mundo que nos rodeia? Como gerar um pensamento crítico a partir dos interstícios dos filmes? Quais os critérios que precedem à escolha dos filmes para uma sessão de cinema e o labor criterioso de um programador? Módulo 4 (3 h) sessão assíncrona Planificação de uma aula a partir de um filme (sessão assíncrona) Os desafios que existem na elaboração uma aula ou sessão com cinema Conjunto de práticas dentro da aula. Como conceber estratégias de aprendizagem e fazer a gestão dos recursos para períodos de diferente duração e públicos-alvo diversos? Materiais conexos a um filme: folha de sala, pistas de atividades, cartaz, etc. Módulo 5 (3 h) Programar um filme O trabalho de um programador de cinema é tornar visível, ao conjunto restrito de indivíduos que assiste ao seu programa, o conjunto de filmes por ele selecionados. Onde encontrar filmes para realizar uma sessão com vários filmes ou uma oficina para crianças/ jovens? O assunto A forma A duração O género Módulo 6 (3 h) Cruzamentos e balanço Como desenvolver uma rede de programação e partilha de conteúdos. Usos, exemplos e boas práticas do filme de ficção, não-ficção e animação como ferramenta de conhecimento. Cruzamentos entre professores, monitores, programadores, escolas, festivais, serviços educativos e as associações com projetos pedagógicos com e para o cinema. Recursos para programar uma sessão na escola e na comunidade. Como ultrapassar as dificuldades inerentes a esse processo?
Metodologias
A ação é constituída por 6 módulos teórico-práticos com a duração de 15h síncronas e 3h assíncronas. Serão utilizados métodos de aprendizagem ativa: dinâmicas de grupo; atividades para desenvolver nos contextos reais de trabalho; discussão em grupo, direcionada para identificar as necessidades dos participantes e sistematizar o caminho para a resolução dos problemas encontrados.
Avaliação
A classificação de cada formando será realizada na escala quantitativa de 1 a 10 valores, conforme indicado no Despacho n.º 4595/2015, de 6 de maio. A proposta de avaliação individual de cada formando é da responsabilidade do formador, respeitando todos os dispositivos legais da avaliação contínua, de acordo com os seguintes critérios: Participação - 50% Projeto e reflexão crítica - 50% A escala de avaliação prevista tem como referente as seguintes menções: Excelente de 9 a 10 valores; Muito Bom de 8 a 8,9 valores; Bom de 6,5 a 7,9 valores; Regular de 5 a 6,4 valores; Insuficiente de 1 a 4,9 valores
Bibliografia
GRILO, João Mário (2008) As Lições do Cinema manual de filmologia. Lisboa: Edições Colibri.LOBO. Maria da Graça (2005) - Por dentro do filme o cinema na sala de aula. Actas do III Sopcom, VI Lusocom e II Ibérico, vol. IV, pp. 353- 359.LOPES, João (2018) Cinema e História aventuras narrativas. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.NEVES, Pedro Félix (2011) - O Cinema na Escola. Estudo de caso a disciplina de opção cinema no 3º ciclo, no Algarve. Percurso e efeitos no tempo. Dissertação de Mestrado. FCHS Universidade do Algarve.PINTO, M.; PEREIRA, S.; PEREIRA, L.; FERREIRA (2011) - Teoria da Educação para os Media em Portugal: experiências, actores e contextos. Lisboa: Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Anexo(s)
Formador
Maria Cláudia Ribeiro de Vasconcelos Alves
Cronograma
Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
1 | 27-10-2025 (Segunda-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online síncrona |
2 | 03-11-2025 (Segunda-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online síncrona |
3 | 10-11-2025 (Segunda-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online síncrona |
4 | 13-11-2025 (Quinta-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online assíncrona |
5 | 17-11-2025 (Segunda-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online síncrona |
6 | 24-11-2025 (Segunda-feira) | 18:30 - 21:30 | 3:00 | Online síncrona |